Trecho da entrevista concedida ao caderno Ilustrada da Folha de SP em 28/08/2007.
FOLHA - Qual é a principal diferença entre ouvir seu disco e vê-la cantando em um show?
PEYROUX - O processo de gravação é muito diferente de cantar ao vivo. Quando você está gravando, tenta criar uma conversa com quem está ouvindo, porque o cantor não existe sem público. Acho que cantar ao vivo é uma coisa mais pura musicalmente. Podem acontecer erros, imprevistos, você pode passar vergonha, mas é o motivo pelo qual fundamentalmente vivo.
FOLHA - Então você prefere tocar ao vivo a gravar um disco?
PEYROUX - Com certeza. Gosto de pensar na música em um contexto dramático. A diferença entre um disco e música ao vivo é como a diferença entre um filme e uma peça: o filme está ali, não muda, não importa o que aconteça. No teatro você tem a reação do público, que faz com que tudo mude a cada noite. A música tem que ser ao vivo para você entendê-la, é uma forma de arte que existe ao vivo, tem que estar acontecendo no momento. Ela existe em um contexto de tempo e espaço, é uma arte de performance. Não há música sem audiência.
FOLHA - Existem artistas que não gostam de se apresentar ao vivo.
PEYROUX - Se faço um som no quarto, não é arte. Arte é comunicação. Tem gente que gosta de fazer e ouvir música sozinho. Mas acredito que música seja interação. Quando faço algo no palco e a platéia responde -com um suspiro, qualquer coisa assim-, cumpri minha função. Sem platéia não tenho razão para ser artista.
Minha preferida: Madeleine Peyroux - Between the Bars
Um clássico do trance dos anos 90. Aqui um remix diferente da versão que tenho em CD, provavelmente a original, mas vale pra conhecer o espírito da música.
Lembro claramente de eu chegando na minha primeira Parada da Paz em 1998 ou 1999 e um carro tocando esse som. Eu tava em casa!
I can look deep into your light And shout, hold me, hold me, hold me I hear the saxophone and it tears my soul And we're feeling old feeling so cold
Em 1982 o Soft Cell (Marc Almond + Dave Ball) lançou o single Torch. Quem saiu na capa do single foi Antony Hegarty que comanda a banda Antony & The Johnsons, o qual teremos o grande prazer de receber e apreciar o show no Auditório do Ibirapuera.